MESA REDONDA 200 ANOS INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Como contar a história da Independência do Brasil, no seu bicentenário?
Mesa-redonda 200 Anos da Independência do Brasil
Desde a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1838) até aos nossos dias, sucederam-se as tentativas para contar a história do Brasil colónia e da sua independência. Multiplicaram-se as investigações eruditas, as tentativas de síntese e as interpretações, mais ou menos politizadas. Em 1922, o movimento modernista demarcou-se da herança portuguesa reagindo ao ufanismo das comemorações governamentais. À sua maneira, procurou descolonizar, como hoje se diria, a Independência da herança portuguesa. Distanciou-se dos eventos da Exposição do Centenário no Rio de Janeiro que atraiu mais de três milhões de visitantes, entre setembro de 1922 e julho de 1923. Mais recentemente, a historiografia da década de 1960, que se posicionou em frente da Ditadura, bem como a da transição para o segundo milénio, porventura mais determinada por lutas no interior do campo académico, corresponderam a mudanças operadas no imaginário político brasileiro contemporâneo. Contemporaneamente, tanto a história do «Brasil Colónia» como a da Independência questionam o sentido da escravatura, do racismo, da desigualdade, do atraso económico, dos sistemas de patrocinato, da dependência cultural e da natureza autoritária do Estado, da inserção do Brasil no mundo. Neste âmbito, procuraremos indicar como as transformações nos modos de abordar a Independência nas últimas décadas expressam a dinâmica das relações interculturais, geopolíticas e económicas entre o Brasil, Portugal, a Europa (mais concretamente a Grã-Bretanha), os Estados Unidos da América e os países africanos de língua portuguesa.
Programa
Moderação:
Diogo Ramada Curto (Universidade Nova de Lisboa)
Convidados:
Jorge Pedreira (Universidade Nova de Lisboa)
Íris Kantor (Universidade de São Paulo)
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