Durante muitos anos, a soprano finlandesa Karita Mattila resistiu às obras de Wagner. Mas depois de interpretar Isolda, em A Valquíria, e de assistir às cinco horas de O Crepúsculo dos Deuses, confessou ao New York Times ter-se rendido por completo ao compositor alemão. “Foi como uma experiência religiosa.” É essa relação transcendente que Mattila transpõe para este concerto com a Orquestra Gulbenkian, dirigido pelo seu compatriota Hannu Lintu. A reputação extraordinária da soprano tem sido construída a partir o ponto de tangência entre a beleza lírica da sua voz e a natureza teatral das suas interpretações, fazendo de cada atuação uma experiência inesquecível.