Sabei que segundo o amor tiverdes…
Neste curso de cinco sessões procurar-se-á dar a ler Camões e algumas das suas composições mais célebres à luz do que, na sua linguagem, essas peças nos dizem hoje. António Carlos Cortez (Lisboa, 1976) é professor, ensaísta, poeta e crítico literário.
1.ª SESSÃO: 23 JANEIRO
Que é ler poesia? Como ler a poesia de Camões?
Precursores: Sá de Miranda e o stil nuovo; o soneto e a preservação de formas tradicionais: da redondilha ao ritmo decassilábico. A visão de mundo: O Mal, o Amor – o amor como um mal. Leitura e análise da trilogia “Descalça vai para a fonte” e de “Esparsa ao Desconcerto do Mundo”. O Camões da “Medida Velha”. A hipótese deJacinto do Prado Coelho.
2.ª SESSÃO: 30 JANEIRO
A leitura de Jacinto do Prado Coelho: “Camões – poeta do desengano”. Partir desse breve ensaio para ler Camões e as figurações do poeta em três sonetos: “Erros meus, má fortuna, amor ardente”, “Julga-me toda a gente por perdido” e “Eu cantei já e agora vou chorando”. Os jogos de linguagem: lugar do paradoxo, do oxímoro e da antítese na poética de Camões. Camões lido por David Mourão-Ferreira (1927-1996).
3.ª SESSÃO: 6 FEVEREIRO
“Amor e mundividência na poesia camoniana” – um ensaio essencial para compreender Camões. Vítor Manuel de Aguiar e Silva e a explicação do Mal. Uma lição de leitura. Três poemas de Camões: “Endechas a Bárbara escrava” (poesia é figuração), “Amor é fogo que arde sem se ver” (razões da metáfora e do paradoxo), “Eu cantarei de amor tão docemente” (a proposta de uma
poética).
4.ª SESSÃO: 20 FEVEREIRO
Questões problemáticas: neoplatonismo em Camões. A lição de Jorge de Sena e a hipótese de Fiama Hasse Pais Brandão. Como ler a Canção IX? A frase, as imagens, a enunciação lírica e a construção poética do género “canção”. O soneto “Transforma-se o amador na cousa amada”.
5.ª SESSÃO: 27 FEVEREIRO
Para um retrato de Camões: Vasco Graça Moura (1942-2014), um leitor. Ecos de Camões em alguma poesia portuguesa contemporânea: de Jorge de Sena (1919-1978), Carlos de Oliveira (1921-1981), Ruy Belo (1933-1978) Gastão Cruz (1941-2022) a Manuel Alegre (1937). Camões agora: 2024 – considerações finais.
Inscrições: página web ambito-cultural.elcorteingles.pt
Sabei que segundo o amor tiverdes…