Parallax – Inês Garrido
Parallax – Inês Garrido
qua: 21h; qui: 21h; sex: 21h
Papá, gostava de um dia ser Presidente da República. Papá, achas que um Presidente da República pode nascer num bairro?
Amélia, uma velha interpretada por uma jovem, conta-nos episódios da sua vida, reclamando domínio não só sobre a sua própria biografia, mas também sobre a sua vivência e intimidade.
Amélia posiciona-se assim em três lugares distintos: o da história, onde a sua memória é evocada; o da personificação, onde encarna corpos daqueles com quem se cruzou; e o do pensamento-íntimo-disconexo-não filtrado, onde o processo do inconsciente se poetiza e sublima.
Ouvimos, através das mãos desta mulher, a crueza da vida: seja ao retratar o seu encontro com uma artista ou com um político, seja ao retratar a vida como um jogo de monopólio, seja ao evocar um jantar com uma ausência ao som de Roberto Carlos.
A narrativa de Parallax assenta numa ficção criada a partir de histórias ouvidas ao longo de meses nos territórios do bairro da Pasteleira, Porto, e, como nos diz Amélia,
A visão está aqui e a memória aqui. E eu já não sei o que vi ou o que é inventado.