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Palestra "Rubens e o interesse pelo legado clássico da Antiguidade e do Renascimento: o pictor doctus"
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Palestra “Rubens e o interesse pelo legado clássico da Antiguidade e do Renascimento: o pictor doctus”

Rubens e o interesse pelo legado clássico da Antiguidade e do Renascimento: o pictor doctus

PALESTRA | 28 mar. ‘24 | 18h00 | Auditório | Entrada livre

Complementarmente à mostra Palazzi di Genova. No 4º centenário do projeto editorial de Rubens, José de Monterroso Teixeira, comissário da mostra, realizará duas palestras.

Esta mostra dá a conhecer o álbum de Peter Paul Rubens Palazzi di Genova, impresso pela primeira vez em 1622, e cujo 4.º centenário se celebrou recentemente. Dada a sua singularidade, a obra foi objeto de várias edições (1652, 1663, 1708, 1755, 1902), sendo apresentadas nesta mostra quatro delas: duas das coleções da BNP (1622 e 1663), e outras duas pertencentes à Academia Nacional de Belas Artes (a de 1652, cujo exemplar pertenceu à Caza do Risco das Obras Publicas, e outra de 1755).

Fascinado pelas residências da nobreza genovesa, neste pequeno tratado, Rubens reproduziu as formas e planos dos mais esplêndidos edifícios da cidade de Génova. Como refere na introdução, era seu objetivo educar a burguesia de Antuérpia, afastando “o estilo de Arquitetura, que se chama Bárbara, ou Gótico”, defendendo que “[…] a verdadeira simetria […] compatível com as regras dos antigos, gregos e romanos” poderia ser aplicada não só aos grandes edifícios públicos, mas também aos edifícios privados. Neste sentido, o objetivo principal de Rubens era demonstrar que a arquitetura renascentista também poderia ser aplicada à cultura habitacional nórdica, cuja aristocracia não era particularmente diferente da de Génova.

Mas o álbum não constitui uma mera recolha de exemplos de construções palacianas genovesas, expressas nas 72 estampas da responsabilidade de Nicolaes Ryckmans (1595-?), notável gravador holandês. O acervo dos edifícios que Rubens selecionou para o álbum evidencia um conhecimento refletido sobre a República de Génova e a sua metamorfose urbanística e arquitetónica, dando conta das mudanças sociopolíticas ocorridas entre o início do século e a década de trinta do século XVII.

O volume é um verdadeiro manual de arquitetura, evidente no tratamento gráfico dedicado a cada um dos exemplos representados, cujas plantas, cortes e alçados revelam uma preocupação analítica para a justificação teórico-prática da tipologia arquitetónica, da sua funcionalidade e inscrição territorial.

Além da importância da obra em si mesma, a sua relevância  reside também na disseminação que conheceu na Europa, ao longo do século XVII, em países como a Inglaterra, os Países Baixos, a França, a Alemanha e na própria Itália.

Em Portugal, podemos observar ocorrências dessa receção, por exemplo, no palácio dos marqueses de Fronteira, em Benfica, no palácio Távora, atualmente Biblioteca Galveias, no Campo Pequeno, ou no palácio de Sarzedas, a Palhavã.

Data

28 Mar 2024
Desde

Hora

18:00 - 19:30

Localização

Biblioteca Nacional de Portugal
Biblioteca Nacional de Portugal
Campo Grande 83, 1749-081 Lisboa
Website
https://cartazculturallisboa.pt/agenda-biblioteca-nacional-de-portugal/
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