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O INDIZÍVEL - Telmo Branco

O INDIZÍVEL – Telmo Branco

O INDIZÍVEL

Telmo Branco

Advertência: O conteúdo desta performance pode ser sensível para pessoas com experiências de violência sexual. Esta performance NÃO recria, descreve, ou expõe graficamente a violência inerente ao tópico.

Quando eu era criança, o meu pai violou-me.
Esta performance não é sobre ele. Nem sobre o ato de violação.
Quando eu era criança, o meu pai vendeu o meu corpo.
Ensinou-me que a violência sexual é estrutural, tem vários agentes, contextos e espaços e alimenta-se do silêncio, do secretismo, da vergonha, das fobias de género, da misoginia, da religião, da fome, da política, da tradição, do hábito, da repetição, do esquecimento.
Esta performance não é sobre o meu pai. É sobre a cultura dos que vieram antes e depois dele.
Pai estátua, hoje derrubo-te, a ti e aos que vieram antes e depois de ti.
Pai história. Pai de muitos e total ausência de Pai. Patriarcado, hoje denuncio-te e no denunciar-te, retiro-te o poder, a influência, o protagonismo.
Esta performance não é sobre ti. É sobre resgatar o corpo, a voz, o valor próprio e a sexualidade, do teu domínio.

O Indizível” é uma performance ativista, que cruza as disciplinas de teatro, dança e sonoplastia, para enfrentar, com sensibilidade, a violência sexual estrutural e a cultura do silêncio.

O Indizível” surge da necessidade de desestigmatizar as narrativas de abuso sexual de um contexto vitimizador, para um contexto de empoderamento.

Sem deixar de encorajar a justiça legal, “O Indizível” explora outro tipo de justiça, também fundamental, que é a de recuperar o sentido de valor, propósito e autonomia, abalados pelo ato de agressão sexual.

O Indizível” pretende remover a violência sexual do universo do privado, individual e isolado, de forma a contextualizá-la dentro das estruturas culturais, sociais e políticas que a permitem e perpetuam.

O objetivo desta performance ativista é o de cultivar a esperança, gerar consciência e encorajar sobreviventes deste tipo de violência a quebrar o silêncio e/ou a sentirem-se menos sós.

O indizível” surge de um longo processo terapêutico, ainda em curso, desenvolvido em conjunto com o Instituto de Psicanálise de Berlim.

Criação e Performance TELMO BRANCO
Assistência de Produção RACHAEL MAUNEY
Apoio ACKER STADT PALAST (BERLIM), HOSEK CONTEMPORARY (BERLIM), PETR HOSEK, MARAMEO E.V (BERLIM), TEATRO PAPA-LÉGUAS (LISBOA), MALA VOADORA (PORTO) E POLO DAS GAIVOTAS (LISBOA)
Financiado por DISTANZEN SOLO, DACHVERBAND TANZ DEUTSCHLAND E NEUSTARTKULTUR

TELMO BRANCO (elu / delu), é ume ativista queer e artista interdisciplinar, sediade em Berlim e Lisboa. Telmo estudou Artes Performativas na Universidade de Évora, Portugal; Teatro Dramático e Pós-Dramático na Escola Superior de Teatro e Cinema (Licenciatura em Teatro), Portugal; Teatro Físico na Escola Superior de Arte Dramática de Valência, Espanha; Dança Contemporânea na Mamen Garcia Valencia e Teatro De La Generalitat, Valência, Espanha; e Artes Circenses em Stella Polaris Sandfjord, Noruega, onde trabalhou como artista residente. Com sensibilidade, o seu trabalho é concebido para refletir os indivíduos e a sua história opressiva. Telmo reflete a opressão sistémica e transgeracional como denominador de trauma individual e coletivo, sedimentado na unidade social e familiar. As suas obras “O Indizível” e “A Marcha” estão atualmente em digressão. Ambos os projetos abordam, de diferentes ângulos, a queerfobia sistémica e a colonização do corpo queer. “O Indizível” foi financiado por DISTANZEN Solo, Dachverband Tanz Deutschland e NEUSTARTKULTUR. “A Marcha” foi financiado por Stiftung Humboldt Forum, Berlim, sob a curadoria de Moving de Forum e Jana Luethje. Para além de desenvolver os seus próprios projetos, Telmo colaborou com artistas de diferentes áreas, tais como Rachael Mauney (EUA), Veronica Riz (IT), Helena Waldmann (DE), Nir de Wolff (IL), Annelie Andre (AT), Alexandra Pirici (RO), Falk Richter (DE), Lea Pitschke e Michael Baumann (DE), Shang-Chi Sun (TW) Ximo Flores (ES), entre outros.

RACHAEL MAUNEY (elu/delu), é ume artista, criadore, escritore, e ativista queer, sediade entre Berlim e Lisboa. Rachael desenvolveu e cunhou o método de pesquisa corporal e performativo: ”The Archeological Body”. ”The Archeological Body” apresenta uma abordagem inter-biográfica, de protesto, e abolicionista do patriarcado, na sua forma de refletir o corpo, a nudez e as identidades queer. O seu trabalho é apresentado regularmente na Carolina do Norte, Washington DC, Seattle, Estocolmo, Atenas, NYC, Münich e Berlim. O seu projeto “MATRILINEAL”, financiado por DISTANZ Solo/ Dachverband Tanz, que aborda a violência doméstica em linhagens familiares heteronormativas, estreou em Acker Stadt Palast Berlim, em janeiro de 2O22 e continua em digressão. O seu projeto “BODY RIOT”, financiado por NPN Stepping Out/Joint Adventures, que aborda o erotismo queer enquanto ferramenta política e de empoderamento, estreou na Hosek Contemporary Berlim, em junho de 2O22 e continua em digressão. Enquanto artista convidade, trabalhou em colaboração com Jacob’s Pillow, American Dance Festival, Ailey Citigroup Theater, Ruth Page Center for the Arts, Dance Place DC, Kennedy Center, Dock 11 Berlin, Uferstudios Berlin, Underground Theater Athens, entre outros.

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