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Hernâni Faustino Folclore Impressionista Peak Bleak

Hernâni Faustino | Folclore Impressionista | Peak Bleak

Quarta sessão do ciclo ‘Desordem é Progresso’, talvez aquela onde nos aproximamos de uma ideia de territorialidade. Territorialidade não necessariamente física, embora trabalhos anteriores de Folclore Impressionista e Hernâni Faustino remetam para territórios bem definidos, como Foz Côa e Lamego respectivamente, mas uma ligação à terra e terra como elemento primário e primordial. Um conjunto de memórias que ultrapassam qualquer definição administrativa e mesmo temporal. Um trabalho de pesquisa, de arqueologia sonora e visual, afastado de uma ideia de arquivo, próxima de um diálogo intemporal entre o passado e o presente e sobretudo as marcas que vão perdurando entre um tempo e outro e que não são necessariamente visíveis. Em Peak Bleak, encontramos na ideia romântica e emocional em torno de uma construção sonora de base drone, electrónica e com um bom cheirinho de noise esse lado telúrico de que falamos.

HERNÂNI FAUSTINO | Depois de se afirmar, na década de 80, como baixista em bandas de rock alternativo, como a já lendária K4 Quadrado Azul, Hernâni Faustino voltou-se para o avant-jazz e a improvisação livre e escolheu o contrabaixo como instrumento autodidata. Duas décadas depois de múltiplas interações com músicos portugueses e estrangeiros, é hoje considerado um dos mais intensos e sólidos baixistas da cena portuguesa. A associação que mantém com o baterista Gabriel Ferrandini (RED trio, Nobuyasu Furuya Trio & Quintet, Rodrigo Amado Wire Quartet) tem sido apontada como uma seção rítmica dinâmica e poderosa. A forma visceral de tocar fica bem evidente pelas contorções do rosto durante os c0oncertos: vai aos limites do prazer e da dor. Além de músico, foi um dos membros da editora Clean Feed, considerada uma das cinco mais importantes editoras de jazz do mundo e da Trem Azul Jazz Store. Compôs para teatro, produziu programas de rádio e escreveu sobre música nalgumas publicações de referência. A relação e produção fotográfica é, também orientada, para a música: Faustino é um dos mais talentosos fotógrafos de palco que existem. Isso diz tudo sobre sua paixão e compromisso. http://hernanifaustino.com/ | https://instagram.com/hernanifaustino_bass_ |

FOLCLORE IMPRESSIONISTA | Colectivo artístico formado em 2016 por João Paulo Daniel, António Caramelo e Sérgio Silva. Podemos encontrar uma espécie de tronco comum no trabalho de Folclore Impressionista, que é a ideia de desvanecimento, no sentido de «eeriness», tal como esta foi caracterizada por Mark Fisher. Em certo sentido, podemos dizer que Folclore Impressionista tem trabalhado sempre à volta do mesmo tema (um meta-tema), mas a partir de diferentes perspectivas. Na SMOP será apresentado “Idea Of Nature”, o novo álbum recentemente editado pela Russian Library. “Partindo da “idea of nature” postulada pelo académico Raymond Williams onde, em traços muito gerais, se defende que no mundo natural aquilo que mais importa não é o seu significado, mas a sua história e complexidade de significados, a conjura de João Paulo Daniel, António Caramelo e Sérgio Silva dá continuidade ao seu processo muito pessoal de instigação à memória enquanto meio de projecção, sonho e recriação de possíveis realidades. Tal como no compêndio de jingles, genéricos televisivos e melancolia televisiva nocturna de ‘A New Sensation: Music for Television’ e na banda sonora de inspiração folk-horror para ‘Changes’ – filme experimental realizado pelos próprios – o inesgotável legado da Library Music continua a informar as composições em ‘Idea of Nature’, que é aqui reconfigurado com o mistério do ‘On Land’ de Brian Eno ou os sintetizadores espectrais do pastoralismo dos Cluster e da sua sequência a solo encarnada em Hans-Joachim Roedelius. Entre a nostalgia e assombração, um passado que é também o futuro. E vice-versa.” Bruno Silva http://folcloreimpressionista.bandcamp.com/ | https://www.facebook.com/folcloreimpressionista

PEAK BLEAK | Pode o ruído ser romântico? É verdade que o volume alto ajuda a meditar? A noise music pode ser altamente emocional? Será que a densidade nos faz flutuar? São estas e outras as questões que a dupla formada por António M. Silva e Bruno Pereira se propõe a responder nas suas aparições em palco e encontros em estúdio. Neste concerto da SMOP apresentam ‘II’, longa duração de 2022 que reposiciona a dupla como estando mais distante do ambient e cada vez mais comprometida com as texturas abrasivas do noise/ power electronics. Peças hipnóticas e circulares, maioritariamente instrumentais, num vislumbre de futuros possíveis e impossíveis. http://nocatharsislabel.bandcamp.com/album/peak-bleak-ii

Entrada | 07 euros

Hernâni Faustino | Folclore Impressionista | Peak Bleak

Date

21 Jan 2023
Desde

Time

21:30

Localização

SMOP - Sociedade Musical Ordem E Progresso
Rua do Conde - Lisboa

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