Exposição de arte sacra italiana de Fábio Cuffari Dialley
Muito além de uma exposição que celebra as festividades de Natal e um recomeço de perspectivas num novo ano do Palácio Biester, a exposição de arte sacra “Luce e Silenzio” do artista italiano Fabio Cuffari Dialley mergulha no mais profundo sentimento de busca e encontro com a fé e a esperança da luz divina.
Sob curadoria de Ana Carolina Azevedo, a Luka Art Gallery abre na ultima exposição do ano, algo que pode ser dito de absolutamente extraordinário, num cenário palaciano espetacular, totalmente decorado em celebração ao Natal, coroado com o máximo da musica sacra portuguesas em 50 vozes do Coral Magnus e do coral de crianças do Colégio São José do Ramalhão num ode ao Sagrado que, de forma maestra, traduz toda a força e emoção que o tema exige, ainda que nem sempre observada por olhares cristãos, mas sentida por todos.
A intenção emocional é a busca pela iluminação, tão expoente na técnica de Fabio, com inspiração nas pinturas de Caravaggio, tanto pelo iluminismo como renascimento de fé. Perceber o silencio e interpreta-lo como resposta divina, tão necessário neste processo humano como única forma de reencontro com Deus e compreensão de seus sinais e respostas, vê-se nítido a cada traço do pastel, de telas absurdamentes impactantes em emoções e significados. Fabio traduz em suas telas muito mais que uma cena bíblica, mas toda a resiliência, a força e o impacto da sua própria historia familiar, inspirado e fortalecido pelo sagrado.
A arte, que sempre retratou a historia do mundo e o contexto histórico da sociedade em que estava inserida, apresenta-se nesta exposição como um chamado divino para o retorno da importância da arte sacra na necessidade da busca humana destes tempos atuais, num retorno ao olhar da busca pelo Sagrado e ao encontro com a fé.
Sob este prisma, na sequência de 6 obras de pinturas que retratam destacados Santos cristãos, e em especial Santo Grato, a apresentar a cabeça do próprio artista a entregar-se à arte através da fé, todo o sentido faz apresentar a consagrada interpretação de “Pieta” na celebração do nascimento de Jesus. Não para caracterizar o Natal ou a morte mas sim, propor a reflexão sobre a vida do inicio ao fim e a esperança de uma nova perspectiva que renascerá a partir do quanto cada um esta disposto a compreender e aceitar para si mesmo.
Uma exposição que traduz força da luz e do silencio no mais nobre da pintura italiana, aqui apresentada em pastel, abre o Palácio Biester e cada um dos visitantes à um novo ano e mais que isso, à uma nova vida, de iluminação e transformação.