
CATERINA BARBIERI SPIRITS EXIT
Quando Spirits Exit nos surgir em palco, possivelmente veremos uma galáxia, ou a fabricação de um sonho, ou simplesmente um céu tranquilo com as suas nuvens em metamorfose. Será um cenário intangível para contemplação, feito com a habitual proficiência e magia de MFO, o habitual artesão luminoso de Ben Frost, Tim Hecker ou Grouper. Por entre luz e sombras, a figura de Caterina Barbieri também desafia a gravidade, mas a música dos seus sintetizadores modulares é um mundo de sumptuosa complexidade e força: ritmo e repetição enleiam-se num ritual de composições que agitam tempo e espaço, como um rastilho ligado à nossa consciência. Em Patterns of Consciousness — celebrado duplo-álbum de 2017, ouvido pomposamente na Culturgest como banda sonora da peça Virgens Suicidas em 2020 — tinha ficado a promessa deste momento, em que música eletrónica, magnânima e geométrica, se iria tornar emocional e humana, tocando a pop como um pecado original tornado tesouro.
CATERINA BARBIERI SPIRITS EXIT