
AFRIKA AKI – B. Leza
Durante os anos em que fiz programação no clube BLeza, de 1995 a 2007, frequentemente me comentavam que nos países africanos de língua portuguesa não se encontrava a sonoridade da música africana que se escutava em Lisboa. Aqui, junta-se uma matéria-prima humana, oriunda desses países, num convívio e troca que gerou e continua a gerar uma outra musicalidade.
Em Lisboa, é frequente assistirmos a um angolano tocando uma morna, a um cabo-verdiano tocando um gumbé, a um guineense tocando um semba… Quando estes músicos se juntam, conseguem harmonizar os ritmos e as formas de fazer música, muito próprios de cada um, e de cada cultura, daí resultando algo único e novo que acontece em Lisboa.
A noite que vos propomos – Áfrika Aki – surge da energia deste encontro, em que a musicalidade não se repete, porque vem da felicidade que só acontece quando estes músicos se juntam. O próximo Áfrika Aki vai acontecer no dia 23 de Fevereiro, no palco do Bleza, com os artistas:
Banda Monte Cara, constituída por músicos que actuaram no clube Monte Cara – espaço de referência em Lisboa, nos anos 70 e 80, de Bana – a que se juntam músicos da nova geração.
Micas Cabral, uma das vozes mais bonitas da Guiné-Bissau e vocalista da carismática banda Tabanka Djazz. Tem colaborado com artistas de toda a lusofonia, como Manecas Costa, Tito Paris, Paulo Flores, entre outros.
Mário Marta, a nova voz da música de Cabo Verde, premiado pelo o seu primeiro disco que conta com a colaboração de Lura no funaná “Guenta”.
Chalo Correia, cantautor com uma sonoridade que recebe o legado dos “clássicos de Angola” como Ngola Ritmos, David Zé, Urbano de Castro e Kiezos. Com três discos editados, tem-se apresentado em vários países na União Europeia, Rússia, Brasil, África e Macau, é uma referência da música de Angola na nossa cidade.
Alcides Nascimento