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A máquina humana
A perspetiva de poder adquirir conhecimentos de uma forma auto-determinada e que vá para lá dos currículos oficiais com a ajuda da inteligência artificial é tão tentadora como revolucionária. Estará o nosso sistema educativo preparado para enfrentar uma mudança na forma como trabalha, com a possível utilização de robôs humanoides? E quem irá determinar o conteúdo de aprendizagem – o humano ou a máquina?
No dia 25 de maio, a partir das 19h00, Laura Kunold e Isabel Alexandre vão estar à conversa sobre robótica e o futuro da aprendizagem, no âmbito do ciclo “O Futuro do Conhecimento”. Moderação de João Gabriel Ribeiro.
OS PARTICIPANTES
Laura Kunold lidera a unidade de Human Centered Design for Socio-digital Systems na Universidade do Ruhr, em Bochum, Alemanha. Doutorada em 2017 na Faculdade de Engenharia da Universidade de Duisburg-Essen com uma dissertação sobre os efeitos psicológicos do toque robotizado nos seres humanos. De seguida, prosseguiu a sua investigação sobre as interações entre o ser humano e os robôs como pós-doutorada no Cluster de Tecnologia de Interação Cognitiva (CITEC) na Universidade de Bielefeld. Os seus interesses de investigação residem na conceção e avaliação do comportamento dos robôs de uma perspetiva centrada no ser humano.
Isabel Machado Alexandre é professora universitária no ISCTE. É também líder de grupo de Tecnologia da Informação da delegação de IT do Instituto de Telecomunicações, cuja investigação se debruça essencialmente sobre inteligência artificial. Os seus interesses de investigação prendem-se com a Inteligência Artificial aplicada a diversos contextos (educação, turismo e saúde) e ainda Human-Centered AI de forma a desenvolver sistemas que permitam ao ser humano manter-se em controlo e beneficiar de forma transparente e ética dos avanços da Inteligência Artificial. Em 2017 cofundou a NewDigitalSkills, uma academia de programação e robótica com a missão de dar a cada criança e adolescente a oportunidade de aprender as competências do futuro de forma divertida.
João Gabriel Ribeiro é jornalista e designer. É cofundador e diretor do Shifter.pt. Movido a curiosidade e criado na internet, é autodidata por natureza, e foi-se habituando a explorar os mais diversos temas – desde a tecnologia à filosofia – e a encontrar relações relevantes entre eles. Dedica-se sobretudo a investigar e escrever sobre tecnologia e a sua relação com a sociedade contemporânea, trabalhando temas como Inteligência Artificial, Novos Media, Blockchain. Licenciou-se em Publicidade e Marketing pela Escola Superior de Comunicação Social.
SOBRE O CICLO “O FUTURO DO CONHECIMENTO”
As conquistas da era digital tornaram o acesso à informação mais fácil. Os smartphones permitem chegar a informações até aqui geográfica e financeiramente inacessíveis, colocando o mundo nas nossas mãos. Na nuvem estão guardadas quantidades inconcebíveis de dados que superam, em muito, a capacidade de armazenamento de qualquer arquivo criado pelo ser humano.
E no entanto, as convulsões da “revolução digital” permitiram confirmar que o acesso ilimitado à informação não é sinónimo de conhecimento adquirido e memorizado. É verdade que o espaço digital como fonte omnipresente de conhecimento oferece um potencial quase inesgotável, mas como iremos utilizá-lo no futuro? Como vamos aprender, como vamos recordar?
No ciclo O futuro do conhecimento, o Goethe-Institut, em colaboração com a Universidade Católica Portuguesa, aborda o futuro do conhecimento e da aprendizagem de diferentes perspetivas: a leitura na era digital, o futuro da aprendizagem de línguas, as formas digitais e analógicas de memória e o papel dos robôs no processo de aprendizagem humana.