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A Voz do Operário: Uma História de Empoderamento e Educação
A história de “A Voz do Operário” é uma jornada marcante que se inicia no contexto de um movimento operário em ascensão, no final do século XIX, durante uma época de luta contra a monarquia. Este movimento uniu republicanos e socialistas, ganhando apoio significativo das classes trabalhadoras, que ansiavam por mudanças e transformações.
Naquela época, a indústria tabaqueira em Portugal gerava lucros substanciais, mas a falta de aumento no consumo levou a uma crise em 1879, resultando em desemprego e condições de vida difíceis para os operários da indústria do tabaco. Em meio a greves e manifestações, um jornalista recusou-se a publicar uma notícia sobre as condições de vida dos operários tabaqueiros. Isso levou à criação do jornal “A Voz do Operário” em 1879, por Custódio Braz Pacheco, um operário tabaqueiro.
Para sustentar o jornal, os operários fundaram a Sociedade Cooperativa “A Voz do Operário” em 1883. Esta sociedade tinha como objetivo principal apoiar a publicação do jornal, estudar maneiras de melhorar as condições de trabalho, estabelecer escolas e promover o bem-estar da classe trabalhadora.
A Sociedade expandiu suas atividades para incluir assistência funerária devido à necessidade da classe trabalhadora enfrentar altos custos de funerais. Em 1907, o governo cedeu um terreno para a construção de uma nova sede, concluída em 1932.
Durante a Primeira República, “A Voz do Operário” cresceu significativamente, tornando-se um importante centro de educação primária e cultura em Lisboa. A sociedade sobreviveu à ditadura do Estado Novo, continuando a promover a educação e a cultura. Com a Revolução dos Cravos em 1974, a instituição viu um renascimento e expandiu suas atividades, incluindo espetáculos culturais, esportes, apoio a idosos e creches.
Hoje, “A Voz do Operário” continua a ser um farol de educação, cultura e apoio social, com uma história rica de empoderamento da classe trabalhadora e promoção da educação e bem-estar. Seu método pedagógico baseado no Movimento da Escola Moderna ainda é uma referência no ensino em Portugal. A jornada de “A Voz do Operário” é um exemplo notável de como a educação e a cultura podem resistir e florescer, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras.