Gala de Ópera – Portugal em Ópera: Mitos, Heróis e Tradições
AULA MAGNA (Lisboa), Edifício da Reitoria, Alameda da Universidade, Lisboa
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A música de concerto, também conhecida como música clássica ou música erudita, é uma forma predominante de música enraizada nas tradições ocidentais seculares e litúrgicas. Próximos concertos de Musica Clássica em Lisboa
A ópera, uma forma artística que combina música, teatro e cenografia, tem raízes profundas na história cultural da humanidade. Originária da Itália no início do século XVII, a ópera rapidamente se espalhou por toda a Europa, influenciando a música clássica e moldando a maneira como experimentamos o teatro musical até os dias de hoje.
A palavra “ópera” deriva do termo italiano “opera”, que significa “obra” em latim, denotando uma forma artística que combina música, teatro e cenografia em uma única experiência. O gênero teatral nasceu na Itália durante o início do século XVII e, desde então, desempenhou um papel crucial no desenvolvimento da música clássica.
A primeira ópera reconhecida, “Dafne,” foi escrita por Jacopo Peri e Ottavio Rinuccini em 1594, em Florença, Itália. Essa obra inovadora foi uma tentativa de reviver a tragédia grega clássica e marcou o início da era operística. Outra ópera notável desse período é “Eurídice,” também de Peri e Rinuccini, escrita em 1600 para as bodas reais em França. É a primeira ópera que sobreviveu até hoje.
A ópera é uma forma complexa de arte que combina música, teatro e elementos visuais. Os principais componentes incluem:
1. Música: A música é o elemento central da ópera, com partes cantadas e instrumentais que formam a trama e as emoções transmitidas aos espectadores.
2. Libreto: A letra da ópera, conhecida como “libreto,” é frequentemente cantada em vez de ser falada. O libreto é crucial para contar a história e desenvolver os personagens.
3. Cantores: Os cantores desempenham papéis fundamentais na ópera e são classificados de acordo com seus timbres vocais, como soprano, tenor, barítono, etc. Cada tipo de voz é adequado para diferentes personagens e emoções.
4. Encenação: A ópera incorpora elementos típicos do teatro, como cenografia, figurinos e atuação, para dar vida à história.
5. Orquestra: Os cantores são acompanhados por uma orquestra, que fornece a música instrumental que complementa a voz dos cantores.
A Itália desempenhou um papel central no desenvolvimento da ópera. Três cidades italianas tiveram contribuições significativas:
1. Roma: Aperfeiçoou os coros na ópera.
2. Nápoles: Desenvolveu o “bel canto,” uma técnica de canto virtuoso.
3. Veneza: Contribuiu para a música instrumental.
Claudio Monteverdi, um dos primeiros gênios da ópera, nasceu em Cremona e fez avanços significativos na arte musical com óperas como “L’Orfeo” e “L’incoronazione di Poppea.”
Outros compositores italianos, como Francesco Cavalli, Alessandro Scarlatti e Giovanni Battista Pergolesi, desempenharam papéis importantes no desenvolvimento da ópera. Nápoles viu o surgimento da ópera-bufa, enquanto Veneza foi fundamental para a ópera séria.
Christoph Willibald Gluck
Christoph Willibald Gluck, um compositor alemão, reformulou a ópera, buscando uma relação mais íntima entre a música e o drama. Suas óperas como “Alceste” marcaram um ponto de viragem na história da ópera.
Na Alemanha, a ópera começou a se desenvolver no século XVII, influenciada pela ópera italiana. Compositores alemães como Mozart, Weber e Schubert contribuíram para a tradição operística alemã. No entanto, foi Richard Wagner que revolucionou a ópera alemã
com suas óperas épicas e inovadoras, como “O Anel dos Nibelungos.”
Richard Strauss e a Segunda Escola de Viena
Após Wagner, Richard Strauss se destacou na ópera alemã com obras como “O Cavaleiro da Rosa.” A Segunda Escola de Viena, representada por Alban Berg e Arnold Schönberg, trouxe abordagens inovadoras e atonais para a ópera alemã com obras como “Wozzeck” e “Espera.”
A Ópera na Atualidade
A ópera continua a evoluir na contemporaneidade, com compositores como Philip Glass e Kaija Saariaho explorando novas abordagens. Embora a ópera tenha passado por altos e baixos em sua popularidade, ela continua a ser uma forma artística vibrante e emocionante.
Portugal tem uma longa tradição operística, com o Teatro Nacional de São Carlos em Lisboa e o Teatro Nacional São João no Porto sendo centros importantes para a ópera no país. Luísa Todi, uma famosa cantora lírica, era natural de Setúbal e deixou sua marca na ópera.