Avançar para o conteúdo
Marina Allen ⟡ Jasmim ⟡ ZDB

Marina Allen ⟡ Jasmim ⟡ ZDB

Entrada: 10€
Bilhetes disponíveis em: https://zedosbois.bol.pt/
Marina Allen
A estreia de Marina Allen com “Candlepower” (2021) deu-se num momento pouco convidativo para músicos cuja elevação coexiste com um palco e uma audiência. Ouvimos a leveza da voz de Karen Carpenter com a aspiração de Karen Dalton, mesclada em instrumentais que tanto destacam pormenores de free jazz ou composições que exploram décadas de sol na música californiana. Cai-se na tentação de ouvir Marina Allen como uma Weyes Blood que não deu alguns passos e saltou logo para “Titanic Rising”. A comparação parece esticada, mas ao ouvir o último “Centrifics”, editado no verão passado, embalamos na mesma vontade de sonhar e contar histórias que se confrontam a si mesmas.
Allen também vem da Califórnia, Los Angeles, e tem vontade de banhar-se com experimentação, aceitar os desafios do desconhecido e das ideias que podem nascer por aceitar qualquer coisa que lhe pareça exequível. Daí “Centrifics” ter aquela qualidade de um álbum que não cansa, onde se ouve Allen a criar pontes entre diferentes sonoridades enquanto testa a voz em diferentes habitats. Talvez não seja surpresa para ela, nós, ouvintes, sentimos isso como um desafio que favorece a imaginação de pensar onde é que ela estará daqui a uns anos, se com dois álbuns já arrisca tanto e cria canções que respeitam o espaço, o silêncio, o tempo. E às tantas vale a pena questionar como é que um álbum tão delicado soa tão arriscado, arrojado na vontade de mostrar-se e mostrar uma cantora/compositora sem receio do lugar que a sua voz ocupa, pode ocupar, ocupará. Assim, tira todo o mistério, dá espaço ao real, ao contacto, ao tacto e a uma ausência palpável de medo. Ouvimo-la em cada canção como se tivesse a dar tudo. Uma e outra vez. AS
Jasmim
Quem se lembra de Martim nas andanças rock, no coração da família SpringToast e por cima dos teclados de Mighty Sands, certamente não será indiferente às incursões folk sob o alter-ego de Jasmim. Entrou nas nossas vidas em 2016 com a demo Primavera e, em 2019, surpreendeu-nos com o Culto da Brisa, um disco de plena contemplação e invariáveis arranjos ancestrais. Acordado ou a Sonhar é um convite para uma bonita viagem comandada por teclas bucólicas ou por guitarras verdejantes de espírito folk embaladas por uma voz serena — como sol em tarde de Verão —, sempre sujeita à primorosa flauta transversal ou às harmonias do violino acompanhadas por uma banda onde se destacam Bia Diniz (baixo e vozes), Miguel Vilhena (guitarra e sintetizadores) e Humberto Dias (percussão e bateria).
Acordado ou a Sonhar está repleto de canções que indicam a ténue linha que separa a intimidade do sonho e a literatura da vida real, porém indica o caminho para a liberdade em A Vida Não É Aqui. Tudo/Nada revela-se sonhadora ao colo de Walt Whitman: “folhas de erva, gotas de água”, cita Jasmim. Ora solitário ao piano iluminado, ora acompanhado por uma magnífica banda, Acordado ou a Sonhar deverá permanecer entre nós como uma das mais belas obras de 2021.

Marina Allen ⟡ Jasmim ⟡ ZDB

Data

07 Set 2023
Desde

Hora

22:00

Localização

Galeria Zé dos Bois (ZDB)
Galeria Zé dos Bois (ZDB)
Rua da Barroca 59 - Lisboa
Website
https://cartazculturallisboa.pt/agenda-galeria-ze-dos-bois/
Categorias
Translate »