IVONE – PRINCESA DE BORGONHA
Ivone, Princesa de Borgonha, não é uma princesa: é feia, apática e taciturna. Aprisionada numa extravagante gaiola dourada, Ivone torna-se rapidamente objeto de interesse do curioso Príncipe Filipe, que vê nela a protagonista do seu plano maquiavélico.
Representado pela primeira vez em 1938, Ivone, Princesa de Borgonha, conta a história de uma mulher que foi vítima das intrigas duma corte manifestamente disfuncional. O ensaio de Gombrowicz não procurou uma heroína exemplar, administradora da justiça social, ou leal servidora do seu próprio silêncio. Interessou-lhe a história de uma corte absurda, ignorante à diferença, que é confrontada por uma estranha mulher que, contra tudo e todos, se recusa a ceder aos costumes da sua época. É um texto sórdido, de humor negro, de uma inacreditável crueldade, mas, ao mesmo tempo, irresistivelmente sedutor, revelador de um autor capaz de olhar para a escuridão da alma humana e, com ela, fazer grande espetáculo.
Ivone, Princesa de Borgonha é um ensaio oportuníssimo sobre a ferocidade do silêncio num sistema demasiado confiante na estabilidade da sua eloquência.
IVONE – PRINCESA DE BORGONHA
