49º FEL – Festival Estoril Lisboa
Um festival bem implantado em instituições internacionais vocacionadas para as artes, beneficia de uma posição privilegiada para divulgar a história e o património das suas raízes.
É longo o percurso do Festival Estoril Lisboa guiado por este princípio. Lisboa possui um vasto património com mais de cinco séculos, rico em história e em beleza arquitectónica que, paulatinamente, tem vindo a ser incluído no festival por motivo de diversas efemérides celebradas nos últimos anos. Este acumular de experiências enriquecedoras e inesquecíveis, será continuada em 2023 com o início de dois novos ciclos de características complementares: “Portugal no Renascimento Europeu” e “Festival nas Freguesias”, propiciando a inclusão do Palácio do Marquês do Alegrete, Palácio da Ega, Palácio da Mitra ou da Igreja da Madre de Deus, locais que enriquecem o património e a diversidade do festival.
Com “Portugal no Renascimento Europeu” se abre uma janela para a divulgação de personalidades e obras de primeira magnitude mundial, nem sempre conhecidas na proporção do seu valor. Francisco d’Holanda e Damião de Góis serão exemplos evocados na música vocal. Neste primeiro ciclo, as similitudes e diferenças da música portuguesa de 500 são confrontadas com as de Espanha, Itália e Flandes. Se o agrupamento vocal Ars Lusitana abriu o ciclo no Verão, são os Ministriles de Marsias, e a sua Batalla de Tientos, que iniciam o Outono, seguidos dos Cupertinos e do Vocal Ensemble. No seu trajecto, levando consigo as estreias absolutas de obras encomendadas a Miguel Diniz e João Caldas. Na primeira, é evocada a relação de Francisco d’Holanda com Michelangelo e a Itália, enquanto a segunda se inspira na relação de Damião de Góis com Erasmus e a Flandes.
Numa perspectiva complementar afastada do centro da Capital, o “Festival nas Freguesias” dá origem a um estimulante projecto onde a qualidade dos mais destacados jovens grupos de câmara se junta ao património arquitectónico local, para construir uma acção cultural e social em prol de um público mais carenciado.
Neste espírito incluem-se dois simbólicos “Concertos pela Paz” com o pianista ucraniano Antonii Baryshevsky e a Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras na apresentação de obras de Silvestrov, Lyatoshynskyi, Shalygin, Skoryk e Vasks; o Ciclo de Órgão e o encerramento do festival com “O Romantismo alemão” do Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa e da Sinfonia nº. 7, de Bruckner, na Basílica da Estrela, com a Orquestra Sinfónica Metropolitana.
O festival não se esgota no passado e abre-se continuamente ao futuro. Nele cabem, sempre, jovens talentos premiados em diversos concursos.
Bem-vindos!
49º FEL – Festival Estoril Lisboa
